Cade recomenda condenação de empresa por formação de cartel e analisa envolvimento de outras multinacionais acusadas de práticas anticompetitivas no setor
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está investigando um suposto cartel internacional de fabricantes de autopeças que teria afetado diretamente grandes montadoras instaladas no Brasil. A apuração envolve a suspeita de divisão de mercado, combinação de preços, supressão de cotações e imposição de barreiras à concorrência, práticas que ferem a livre concorrência e configuram infrações à ordem econômica.
O caso ganhou novos desdobramentos com a recomendação de condenação da empresa Alpha e de seus executivos por parte da Superintendência-Geral do Cade. A empresa é acusada de ter participado ativamente da coordenação internacional do cartel, o que teria causado prejuízos a diversos fabricantes no mercado brasileiro.
Por outro lado, a autarquia propôs o arquivamento da denúncia contra a empresa Huf e o executivo Heinzjurgen Hal, devido à falta de provas. Ambos negaram qualquer envolvimento nas irregularidades.
Além da Alpha, outras empresas como Valeo, Schaeffler e ZF também foram processadas em 2019 por práticas semelhantes, em investigações que abrangem tanto o território nacional quanto o europeu. A Valeo, inclusive, já havia sido multada em R$ 5,4 milhões em fevereiro deste ano, após condenação por reincidência em condutas anticompetitivas.
As investigações fazem parte de um esforço maior do Cade para coibir a formação de cartéis no setor automotivo – um dos pilares da economia nacional – e garantir condições mais justas de competição entre fornecedores de componentes e sistemas veiculares.