iniciativa que incentiva veículos sustentáveis abre caminho para modernização da frota rural e maior integração entre o campo e a indústria
O Programa Mobilidade Verde e Inovação (MOVER), criado pelo governo federal como substituto do Rota 2030, promete transformar a indústria automotiva brasileira com foco em veículos sustentáveis, inovação e produção nacional. Mas os impactos não se limitam às cidades: o agronegócio também pode colher frutos significativos com a nova política.
Com R$ 19,3 bilhões em incentivos fiscais até 2028, o MOVER tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento e a produção local de veículos híbridos, elétricos e movidos a biocombustíveis. O programa também eleva a tributação de modelos importados, favorecendo quem produz no Brasil — e aí entra uma conexão direta com o agro.
Modernização da frota rural
O campo depende cada vez mais de veículos robustos, tecnológicos e eficientes para escoamento, transporte de insumos, deslocamento e operações agrícolas leves. Com o MOVER, montadoras nacionais podem lançar versões adaptadas para o uso rural com preços mais acessíveis e motores mais eficientes, como:
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Caminhonetes híbridas flex ou diesel-elétricas, com maior economia de combustível e torque;
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Furgões e SUVs elétricos para pequenas entregas e deslocamento em propriedades;
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Veículos 4x4 com sistemas de tração inteligente, ideais para terrenos acidentados ou lama.
Sustentabilidade e crédito verde
Com a pauta ESG cada vez mais presente no setor agropecuário, muitos produtores estão buscando alternativas para reduzir emissões e ganhar competitividade nos mercados internacionais. Nesse contexto, a aquisição de veículos sustentáveis — incentivados pelo MOVER — pode facilitar acesso a crédito rural verde e certificações ambientais.
Além disso, empresas do agro que operam frotas podem renovar seus veículos com modelos que atendem exigências ambientais mais rígidas, reduzindo custos com manutenção e melhorando sua imagem institucional.
Integração entre campo e indústria
O incentivo à produção local também pode resultar em parcerias regionais entre montadoras, cooperativas agrícolas e distribuidores de máquinas, criando linhas de montagem ou centros logísticos mais próximos de polos do agro.
Regiões como o Centro-Oeste e o Sul do Brasil, altamente mecanizadas, tendem a atrair investimentos para produção ou distribuição de modelos adaptados às realidades do campo, gerando empregos e fortalecendo cadeias produtivas integradas.