falhas recorrentes nos motores 1.0 e 1.2 PureTech levaram ao fim do componente em modelos Peugeot e Citroën
A Stellantis viveu um episódio técnico marcante nos últimos anos: a chamada “crise das correias banhadas a óleo”. O componente, que prometia durabilidade e baixa manutenção, se tornou um problema recorrente nos motores 1.0 e 1.2 PureTech de primeira geração, usados por veículos das marcas Peugeot e Citroën.
A correia banhada a óleo foi projetada para durar até 240.000 km, operando imersa no lubrificante do motor. No entanto, a realidade ficou longe da expectativa: em milhares de casos, partículas de borracha da própria correia se soltavam e entupiam o sistema de lubrificação, podendo causar desde falhas de desempenho até travamento do motor.
Medidas paliativas falharam
Antes da mudança definitiva, a Stellantis tentou uma solução emergencial junto à Continental, fornecedora da peça. A ideia era revestir a correia com uma laca protetora, evitando o contato direto com o óleo. O plano não funcionou: o lubrificante continuava penetrando pelas laterais, degradando o material.
Troca por corrente e reforço na garantia
Com a persistência do problema, a Stellantis optou por trocar o componente por uma corrente de comando metálica, mais confiável em ciclos longos de funcionamento. Além disso, a empresa:
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Aumentou a garantia da correia para 10 anos ou 175.000 km;
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Substituiu gratuitamente peças defeituosas;
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Aboliu o nome “PureTech” em diversos mercados para se afastar do desgaste de imagem.
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No Brasil, o motor 1.2 PureTech chegou a equipar modelos como o Peugeot 208 (geração anterior), mas com troca programada da correia aos 80 mil km, o que reduziu as ocorrências de falha.
Não foi um caso isolado
A Stellantis não foi a única afetada. A Chevrolet também enfrentou dificuldades com correias banhadas a óleo em motores da família Ecotec, demonstrando que o conceito, embora eficiente no papel, apresenta limitações na prática, principalmente quando o lubrificante não é de qualidade ideal ou a manutenção é negligenciada.